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A Menina e o mar
Em uma casa aconchegante com janelões de madeira, onde a luz do sol dançava ao entrar, havia um quintal repleto de vida. Dois robustos pés de jamelão se erguiam orgulhosos, oferecendo seus frutos doces e perfumados, enquanto um gramado verdinho se estendia como um tapete macio. O cheiro do mar, com seu frescor e salinidade, exalava pela cidade de Pontal do Sul, envolvendo tudo em uma atmosfera mágica. Nessa casa, vivia uma menina sonhadora e extremamente feliz chamada Patrícia. Seu quarto era um mundo à parte, decorado com desenhos do oceano e conchas que ela mesma coletara. A janela ampla do seu quarto era como uma tela que revelava todos os dias o azul profundo do oceano, onde as ondas quebravam com um suave rugido, deixando uma espuma branca que parecia dançar na areia. Todas as manhãs, antes do sol nascer, Patrícia acordava com a brisa suave que entrava pela janela, trazendo consigo o cheiro do mar e o canto dos pássaros. Com um sorriso radiante no rosto, ela e sua mãe pegavam suas bicicletas coloridas e pedalavam pela orla da praia. O céu começava a se iluminar em tons de rosa e laranja, como se o universo estivesse pintando um quadro para elas. Cada pedalada a fazia sentir-se mais viva, como se estivesse se conectando com a essência do mundo. Ela adorava aquele momento mágico em que o mundo ainda estava dormindo, e apenas o som das ondas a acompanhava. Patrícia observava a Ilha do Mel, admirando os pescadores que chegavam com seus barcos carregados de peixes frescos e histórias do mar. Os homens, com suas peles bronzeadas pelo sol, lançavam redes habilidosamente, e ela sonhava em um dia ser como um deles, navegando em busca de aventuras. Ao chegar na praia, Patrícia parava para coletar conchas. Cada concha era uma pequena obra de arte, com formas espiraladas e cores que variavam de um branco perolado ao laranja vibrante. Com cuidado, ela as colocava em sua cesta de palha, sonhando em um dia criar um colar feito com elas, uma joia que guardaria a essência do mar. Cada concha que encontrava era um tesouro, e ao tocá-las, sentia uma alegria indescritível, como se cada uma contasse uma história ancestral. À tarde, quando o sol começava sua descida, Patrícia se sentava na areia, observando o horizonte. O espetáculo do pôr do sol era uma das suas partes favoritas do dia. As cores vibrantes se misturavam e refletiam na água, criando uma vista deslumbrante que a fazia sentir-se parte do universo. Enquanto isso, ela se divertia contando os navios que passavam a caminho do porto de Paranaguá, sempre imaginando para onde iriam. Os grandes navios, carregados de contêineres, pareciam pequenos pontos no vasto mar, e isso a fazia sonhar com aventuras em lugares distantes, onde as culturas e as histórias eram tão diversas quanto as cores do céu. Mas o que mais a encantava eram os golfinhos. Quando ela os via saltando e brincando nas ondas, seu coração se enchia de alegria. Era como se eles estivessem se divertindo tanto quanto ela. Patrícia sempre se perguntava se eles também sentiam a mesma paixão pelo mar que ela sentia, se conheciam todos os segredos e mistérios que ele guardava. Cada salto dos golfinhos parecia uma dança, e ela se imaginava nadando entre eles, vivendo a liberdade que só o oceano poderia oferecer. Patrícia cresceu rodeada por essa beleza, e a cada dia seu amor pelo mar só aumentava. Ele não era apenas um cenário; era seu refúgio, sua fonte de inspiração e a razão de muitos de seus sorrisos. Com um coração cheio de sonhos e um espírito curioso, a menina que amava o mar continuou a explorar suas maravilhas, sempre à procura de algo novo e mágico para descobrir nas ondas. E assim, sua história se entrelaçou com o mar, um amor que nunca se apagaria.
Atualizado em: Qui 14 Nov 2024