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O que é obrigação?

Na vida, muitas coisas fazemos por obrigação. Pelo menos é o que dizem. Mas não será uma servidão voluntária, como La Boétie diz? Onde nos submetemos a outro por simples desejo de não mais ter liberdade e querer se sentir/tornar inferior a outrem?

Frente a nosso sistema (total e absurdamente capitalista), trabalhar e estudar são obrigações de todos, já que sem o segundo não se consegue um bom primeiro; e sem o primeiro, você não consegue se sustentar direito, alcançar alguns objetivos e metas que programa para sua vida.

Mas em muitas outras áreas da vida, as obrigações são sim volutárias. Não é a voluntariedade que Boétie trata, mas aquela que brota do amor, fruto de uma relação sincera que nos leva a promover o bem a alguém.

Eis as principais áreas da Vida: Amor e Amizade! Nelas, não há obrigações!

Não sou obrigado a amar o outro por que ele me ama, faço isso porque é o que me faz bem e que leva o bem a alguém também; e vendo que o outro está bem, fico melhor ainda.

Na amizade também é assim: usar nossos dons e habilidades pra “quebrarmos o galho” de um amigo, seria uma obrigação?

Amigo é alguém tão especial, que um familiar pode subir de nível e virar um “amigo”, um colega por vir-a-ser um “amigo”, e enamorados tornam-se cúmplices e “amigos”.

Por que usar formalidades do tipo “obrigado!”, “por nada!”, “não tem de quê!”, “por favor!”; com os amigos? A espontaneidade é intrínseca à amizade, nada se faz por obrigação, mas por prazer em agradar, não é querer “puxar-o-saco”, mas juntar o útil ao agradável.

Para que serviria nossas inúmeras capacidades de realizar atividades diversas e cada um com sua especificidade, se não fosse para que os amigos se completassem com essa “ajuda mútua”?

Fazer para o mundo é obrigação; fazer para si é necessidade; fazer aos amigos é um compartilhamento, uma troca de confiança, porque para se expor ao outro deve-se ter plena confiança nele e para receber tal gratuidade também.

Ter um amigo é sinônimo de poder viver: vive-se naturalmente, gratuitamente, espontaneamente, fazendo o máximo para que cada dia seja melhor que o anterior, que o sol brilhe mais, que as gotas da chuva caiam mais serenamente, que haja mais estrelas no céu ou mais sombras à Lua...

Brincadeiras, piadas, causos, fatos, relatos, boatos, segredos, medos... nada disso faz sentido se feito só, menos ainda se feitos por obrigação. Tudo isso e tudo o “mais” só surte efeito, quando sai do coração.

(Visita de um amigo, saudades da facul, família longe... 18-07-11)

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Atualizado em: Seg 18 Jul 2011

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