person_outline



search

Mandarim

Ping! Ping! Ping!
Ping! Ping! Ping!
Ping! Ping! Ping!
De novo e de novo
Ressoava o som da chuva.
Tocando o vidro da janela.
Com uma suave delicadeza
Ping! Ping! Ping!

Era tarde.
Uma tarde em uma quinta-feira
Ping! Ping! Ping!
Ressoava o som da chuva.
Tromm! Rangia mais um trovão.


O frenesi na rua era insuportável.
Carros ia e viam.
Fonfom! Fonfom! De um lado.
Fonfom! Fonfom! De outro.
A enxorada descia sem pedir permissão.
Chuá, Chuá

Cataplam!
Um som
Algo estranho
De sobressalto logo me levantei.
Logo de imediato o vi.
Um pequeno mandarim
Encharcado pela chuva veio se esconder ali.

Tinha coroa.
Pescoço cinza-claro
Bochechas brancas cortadas por linhas verticais pretas.
De ambos os lados
Um macho

Toc! Toc! Toc!
Toc! Toc! Toc!
Era o mandarim
Acunhado o bichim
Abro a janela
O convido para entrar
Com receio
Ficou me fitando do parapeito.
Se recusa a entrar

Ao anoitecer a chuva se foi.
Os trovões também
O trânsito voltava ao seu habitual ritmo.

Já era noite.
Meu novo amigo se foi.
Talvez não tenha gostado de mim.

No outro dia.
Toc! Toc! Toc!
Toc! Toc! Toc!
Era o mandarim
Pin It
Atualizado em: Sáb 4 Jan 2020

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br