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Grito Silencioso
Todos os olhos do mundo não puderam ver, todos os ouvidos do mundo não puderam ouvir, todas as mãos do mundo não puderam agarrar, todas as bocas do mundo não puderam morder e todos os pés do mundo não puderam pisar. Os terrores noturnos, os terrores sombrios que se escondem sob a luz do dia, que nos mata a esperança e nos assombra a alma, leva nossos sonhos e castiga nossos corações.
Nidhogg, enlouquecido devora as raízes de Yggdrasil. Os lobos e os corvos do pai de todos não foram capazes de alertar ao aesir da destruição iminente. O jötun maior, Surtur, conduz seus filhos soldados à guerra marchando, dia e noite, até as portas de Asgard, seus passos do trovão ecoam por Muspelheim.
Heimdall, filho de nove mães, o deus que tudo vê, guardião da ponte do arco-íris, anuncia o inimigo, mas sua voz e sua trombeta, Gjallarhorn não são ouvidos.
Os muros de Asgard tremem, uma fresta é aberta pelo jötun ancião, Surtur. O gigante flamenjante traz sua voz para os deuses, sua mensagem de destruição, sua manifestação de si mesmo. O som que não pode ser ouvido, a fera que não pode ser domada, a escuridão que não pode ser vista, a morte putrefata que apenas pode ser sentida, lamentada e sofrida...
PEIDO SILÊNCIOSO.
Atualizado em: Qua 22 Jul 2020