- Poesias
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Laissez-faire
A minha aldeia sempre teve dono.
Mas hoje está de tirar o sono.
Deixe fazer, deixe fazer, deixe fazer…
Fizeram pedra virar urina.
Vendem veneno por vitamina.
O fim é metamorfoseado em um meio.
Fizeram uma mãe que não tem seio.
Estão dirigindo um carro sem freio
Passando por cima de quem não está no passeio.
Fazem para desfazer o que não possa valer
Para a mão que ninguém vê,
Que libera suas feras para saciarem o insaciável.
Inacreditável: tudo está tangenciável,
Não param de alienar o inalienável
E qualquer luz é vista como inflamável.
Os cardeais com o diabo nas mãos seguram as rédeas,
O que há para contê-los é uma comédia:
Não segura, não controla, não regula.
Os cardeais pulam e manipulam toda a bula.
Os cardeais estão na direção da idade média.
Não é comédia, é uma tragédia.
Nessa festa os filhotes são piores que os pais.
Hoje é pior que ontem, devoram cada vez mais.
A chave da condução está nas mãos de cardeais
Que atropelam a quem não os servem e transportam os seus chacais.
Cada vez mais as almas mais tortas
Tomam conta das chaves das maiores portas.
Atualizado em: Seg 10 Fev 2025