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QUE CULPA TEMOS SE O SEU JOYSTICK ESTAVA DESLIGADO?

   Imaginem a seguinte situação:
   Um garoto de 10 anos ganha do seu pai um vídeo game novo, convida um de seus coleguinhas para jogar e fica eufórico ao saber que vencera a partida.
    Então ele chama outros amiguinho e um à um e vence todos eles no mesmo jogo, usando o mesmo personagem.
     Ele fica muito orgulhoso de suas vitórias e se gaba ao dizer que ninguém o venceria naquele jogo.
   Todos os “inimigos” que ele enfrentou até então eram criancinhas menores que ele, cuja idade variava entre 4 e 8 anos de idade.
    O jogo sempre era em sua própria casa, segundo suas regras e ele sempre escolhia o “joystick da sorte”.   Era assim que ele chamava o controle favorito.
    Já que ele jogava sempre com o mesmo personagem, dizia saber tudo sobre ele, como comandá-lo e como usar seus poderes para eliminar seus oponentes.
     Sua “fama” correu, até que um dia garotos da mesma idade que ele entraram também no jogo. Dessa vez foi mais difícil vencê-los, e ainda assim fora vitorioso.
     Então ele lançou o desafio para garotos mais velhos que ele e prometeu humilhá-los como fizera com todos demais.
     Um garoto de 12 anos aceitou o desafio e sentaram-se para jogar. Vários coleguinhas assistiam o impasse.
     O jogo era o mesmo, assim como sua casa, suas regras, seu personagem e joystick favoritos. Ele “mandava em tudo”. Já se imaginava no outro dia contando vantagem na escola diante de toda classe.
     O jogo começou e antes que ele pudesse reagir, já tinha perdido a partida.
     Perdeu feio. Não deu um só golpe. Cada round durou menos de 10 segundos. Ele esperava sair-se melhor no próximo, mas isso não ocorreu.
     O oponente até achou que ele estivesse de zueira, fingindo perder no primeiro turno para ganhar no segundo, no terceiro, ou nos próximos jogos.
     Mas não... Pelo olhar furioso do perdedor, o vencedor percebera que sua derrota era real.
     O menino se levantou com raiva, chutou as almofadas do sofá, deu um tapa na TV e começou a vociferar palavras ininteligíveis. Estava inconformado com a derrota.
     Depois gritou com o oponente e disse que ele havia feito alguma trapaça.
     Culpou a plateia por desconcentrá-lo, mesmo estando todos em silêncio.
     Disse que a TV estava chovendo rabiscos apesar de imagem estar totalmente clara.
     Culpou o joystick, e nesse momento se lembrou de algo que sua mãe havia dito sobre aquela peça...
      Ao ouvir tal algazarra a mãe do garoto viera às pressas ver do que se tratava.
      Ela estava lavando os pratos, veio com as mãos pingando sabão e enxugando-as em um pano de prato.  
      Ao perceber que estavam todos bem e que não havia motivo aparente para tanto barulho, ela pôs as mãos na cintura, arqueou as sobrancelhas e olhou firmemente para o seu filho como se quisesse puni-lo sem envergonha-lo na frente dos coleguinhas.
     Todos entenderam aquela bronca virtual e para ficar claro que ninguém tinha nada à ver com aquele disparate, um dos coleguinhas disse arqueando os ombros, fazendo biquinho e pondo as palmas das mãos virada para cima disse:
- “A culpa não é nossa se o controle dele não estava funcionando”!
     A mãe do garoto acha engraçado, se aproxima de todos, pega o controle pifado das mãos do menino, aponta para o cabo do joystick e faz como que todos alie sigam seus dedos até chegar num emaranhado de fios enrolados. Ela o desamarra e aponta para a conclusão silenciosa e fatal: o cabo nunca estivera conectado à TV! Nem plugue...
   Com um misto de pena e espanto sua mãe lhe diz:
- “Esse cabo veio sem o plugue. Autorizada já enviou outro para reposição. Chegará em poucos dias. Seu pai montou o aparelho, conectou os dois controle mas deixou esse pendurado fora de alcance. Você o pegou e começou a jogar. Ele te avisou ao sair para o trabalho, só que você estava tão eufórico “ganhando o jogo” que não prestou atenção ao que ele disse...
...
    Apesar de cómica, essa estória é trágica e ocorre todos os dias, dentro e fora das igrejas.
   Qualquer pessoa que faça menção e acredite piamente nos ATRIBUTOS DIVINOS se porá constantemente em situações embaraçosas, semelhante a do garoto da estória acima. Frustrado, esta pessoa tentará descontar a raiva em outras pessoas só pra não ter de assumir que nunca estivera no “controle do seu deus” (ou deus controlando este, como queiram).
   Toda vez que vejo um crente vociferando contra uma “pessoa sem deus” ou contra um membro de sua própria fé, penso na cena desse episódio.
    Ainda que não revelem isso de modo verbal e direto, a maior parte dos que usam a bíblia ou o deus que dela disse ter surgido (ou que a criou), a estória se repete: o crédulo será como esse menino iludido que “ganha” de todas os demais, porém quando chegar um oponente à altura, ele percebe quem nem jogando estava.
    Como dito no texto anterior “É somente na mente humana, na literatura, no teatro ou no cinema que os deuses fazem tudo aquilo que lhes competem”.
    No reino das fantasias (igrejas e literatura religiosas por exemplo), os deuses tem um poder absoluto. Eles fazem e desfazem; criam a vida e a toma quando bem querem; abrem rios, mares, oceanos, param o sol, manda gafanhotos, saraivadas e fogo e gelo; mata milhares de inimigos com apenas um sopro, mas na realidade isso nunca existiu e trazer tais personagens ao mundo real, a mente fica confusa e a única resposta para uma mente infantil é a birra.
     O crédulo é como esse menino que jogava em sua própria casa, segundo suas próprias regras, além de usar o mesmo personagem.
     Suas igrejas são suas casas particulares e nestas eles “deitam e rolam”, ou seja, criam suas próprias regras, um modus operandis de deus agir, e exige que ele aja assim como eles querem, como se fosse um personagem de um jogo.
      Tanto é que existem milhares destas igrejas e ao “entender a vontade de deus”, cada líder ou crente veste o seu personagem como bem entender, acrescenta-lhe ou tira-lhes poderes e usam tais atributos para fazer de contas que estar ganhando todos (diante de outros crédulos) ou ameaçar os outras pessoas quando não tem seus desejos realizados.
     Os ignorantes (pessoas com pouca escolaridade e de fácil manipulação), são como os meninos pequenos que esse “menino vencedor” costumava enfrentar.
     Por medo, por falta de cultura ou pelo baixo poder aquisitivo, estes precisam sujeitar-se a esses que apesar acharem-se “fodões”, não passam de meninos mimados, querendo juntar grana e poder às custas da subserviência alheia.
     De repente, esses “gamers de Cristo” encontram outro oponente à altura e sentem dificuldades em abatê-los. Então usam suas cartadas finais que são as ameaças bíblicas e sua “autoridade ministerial” para desencorajar o oponente.
    Envergonhados, os “perdedores” põe o rabinho entre as pernas e saem resmungando: “se a bíblia diz, devemos então obedecê-los. Não sou maior que deus e nem o seu ungido. Devo silenciar quando a bíblia se cala…”
     Estes últimos oponentes até tinham mais caráter, maior disciplina, maior grau de conhecimento bíblico e mais empatia que o tal “bam-bam-bam de cristo”, porém estão sujeitos às regras milenares, àquelas do tipo “não toque no ungido”, “quem meche com crente morre” ou “deus vai pesar a mão contra ti se me contrariares” ...
     Ninguém poderá vencer um jogo cujo resultado final já foi estabelecido previamente por uma bancada corrupta.
     Digo que esses últimos são os teólogos, pessoas que além da bíblia leem outros livros e mesmo assim se acovardam mesmo quando poderiam mudar tudo, reeditando de modo positivo a forma como as pessoas vêm a deus (já que sempre foi assim) ou obreiros verdadeiros, que levam a igreja nas costas à troco de nada enquanto os chefões ficam com toda grana sem mover um dedo. Eles não querem quebrar as tradições da igreja ou temem pela rejeição social e vivem como se fossem mulas, mesmo quando poderiam ser águias.  Não percebem que devido à quantidade infinita de igrejas, sempre hão de agradar uma e desagradar ou, não tem como fugir disso, sempre será odiado pela maioria, mesmo tendo conhecimentos e moral mais elevadas que algumas de suas lideranças.
     Por fim, quando um “crente fodão” pega uma pessoa que não pensa mais como ele e  joga segundo as regras do jogo e não segundo as suas próprias, perceberá que de fato nunca estivera jogando, que nunca estivera conectado ao jogo e que seu plug nem estava conectado à TV.
     Comparo esse último oponente mais velho a um universitário “sem deus”; um livre pensador; uma pessoa que nasceu em um lar não religioso; um ex-membro que conhecendo toda podridão do sistema religioso se afastou dele ou alguém que estudando a história da igreja, não se deixa mais manipular ou intimidar pelas ameaças fajutas de um crédulo babaca ou com os supostos atributos de deus que ninguém nunca os viu em ação. 
    Diante disso, o “gamer” não terá outra escolha a não ser berrar, chutar as coisas, ameaçar, dizer que deus vai agir, que vai matar, que vai mandar todo mundo ir pra o inferno, etc.
     Até que a mãe de todos (o tempo e a morte), enxugando as mãos aparece na sala, faz aquela cara de quem não gostou e diz:
- “Meu filho, você nunca esteve no controle de nada. Nem jogando você estava! Ao entregar sua vida à jesus, você estava na verdade entregando-a a um líder de igreja e era ele quem jogava por você, ganhando todos os créditos, usando sua energia vital e seu tempo útil, além de ficar com todos os bônus para si mesmo. Seu pai (a vida) tentou te alertar várias vezes, mas você estava tão entretido achando que estava ganhando que ele resolveu não te incomodar e quando chegasse um novo controle (a velhice) é que você iria perceber.
 ...
  Pois é: melhor que ter um deus cheio de atributos é poder controlá-lo, não é mesmo?
  Só que não...mas é assim que todo crente pensa: que terá o controle de deus e o usará como bem entender. Como arma de ataque ou defesa ele pensa que usará, porém seus atributos será tão útil para um crente quanto um barquinho de papel será para um náufrago.
   No vídeo game você põe moedas (fichas) num buraco ou paga um plano mensal de uso e tem direito a usar o personagem escolhido como quiser ou até onde der pra vencer.
    Nas igrejas, para usar o personagem você põe notas num coador gigante (salva de recolher ofertas) ou paga um plano mensal (dízimos) e à partir daí poderá usar de modo infinito o avatar chamado comumente de deus, jesus ou espirito santo.  Outras versões como A virgem Santa ou uma miríadas de mortais canonizados estão também disponíveis, dependendo de qual casa de jogos tu tenhas escolhido o personagem.
    Nesses caso tem um problema: você nunca vai vencer na vida real usando tais avatares e quando quiseres desistir do jogo, o dono da casa sempre dirá: é por que te faltou fé! Daí tu aplicarás mais dinheiro nas mãos deles (bugigangas ungidas, etc), eles farão uma oração e tu terá a impressão de que agora o seu avatar terá mais poder da próxima vez.
     Da próxima vez tu perderás de novo! E outra vez, e outra e outra...
     Quando estiveres velho, sem forças e ainda dizimista, eles dirão que a tua vitória real será quando chegares nos céus.
      Daí tu deixa de perseguir o seu vizinho, seu colega de trabalho ou outras pessoas “sem deus” e começarás a se planejar para pisar em ruas de ouro junto com o seu avatar. Dizem que tu deixarás o seu corpo físico e se juntarás a este por toda eternidade e que suas vidas serão infinitas...Aí os gamers piram!
    Observe que eu disse: velho, sem forças, porém com dízimos...
    Supõe-se que mesmo desequilibrado, mesmo tendo desperdiçado sua vida e saúde “na casa de deus”, “trabalhando para o senhor”, tu terás pelo menos uma ajuda mensal do governo para se sustentar quando ficares velho. Desse valor, 10% será devolvido “ao senhor”, ou seja, nas apostas constantes da igreja até o dia de sua morte.
     Se ficares velho, sem força, sem influencia e sem dinheiro... o jogador estará ferrado!
     Ficará na sarjeta, ou como os garotos pobres de antigamente que iam ás casas de jogos e ficavam atrás das cadeiras vendo os outros jogarem, estes estarão ali, insignificantes, vendo as batalhas na telinha (culto), se lembrando com saudade do tempo em que ainda tinha algum valor (dinheiro pra gastar na igreja) e hoje não tem mais, por isso serão dispensados. Sem fichas, sem jogo!
     Sorte de quem percebeu a fraude logo cedo e de quem nunca jogou esse jogo (o jogo da fé).
     Pior que isso (de ter perdido tempo jogando sem jogar) é a soberba de achar que pode manipular deus e usá-lo como castigo para os seus inimigos ou como dádivas para abençoar os de sua bolha.
     Semelhante ao menino iludido da história acima é aquele que julga piamente que os atributos de deus têm algum tipo de serventia em situações reais: No jogo da vida perceberá que eles não servem pra nada, apenas um enfeite tosco sem valor algum.
        ....
Esta foi a segunda parte do texto: TANTOS ATRIBUTOS E NENHUM DELES FUNCIONAM, publicado na semana anterior.
No próximo texto concluiremos esse assunto. Até breve!
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Atualizado em: Seg 9 Maio 2022

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