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Para Beta

Beta, resolvi te escrever para tentar aliviar um pouco o meu descontentamento com o atual cenário mundial, incluindo o nosso município Jequié-BA. Para iniciar cito uma declaração que me veio a mente de Antonio Candido (1995) “o problema dos Direitos Humanos são as pessoas compreenderem que o é fundamental para elas é também para os outros. ”. Esta declaração define perfeitamente os bons moços desta geração. Após observar algumas publicações de conhecidos, percebi o quanto as pessoas "estão" preocupadas com a desigualdade social no país. O que chama minha atenção, e até mesmo chego a achar engraçado, é que essa desigualdade sempre esteve tão presente no nosso dia a dia, porém optamos em invisibiliza-lá. Para aqueles que residem em nosso município basta ir à Praça de Alimentação Ruy Barbosa para presenciar a disparidade econômica e social. Pessoas mendigando e Crianças e adolescentes vendendo doces para ajudar na renda familiar. Esses infantes estão tendo seus direitos fundamentais violados por crueldade do governo, mas também da sociedade que normatiza o trabalho infantil. E os homens e mulheres que pedem esmola são intitulados de preguiçosos e vadios. A questão que surge para mim neste momento é: Por que somente agora houve essa preocupação com a taxa de desemprego que, consequentemente, causará ainda mais o aumento da desigualdade social? Vale ressaltar, que nos últimos anos houve um aumento significativo na taxa de demissão nas empresas privadas, basta olhar os índices disponíveis na internet. Ademais, a desigualdade sempre mostrou sua cara no Brasil, apesar de ser assustador, afirmo que, lamentavelmente, a maioria dos brasileiros estão familiarizados com ela. Então, minha querida amiga, a preocupação não é com quem vai comer ou pagar suas contas no fim do mês, é com os valores que os empresários perderão no pós pandemia.
Quando iniciei a quarentena, ouvi de muitos a seguinte afirmação “você é privilegiado por poder ficar em casa”, em um diálogo nosso ao reproduzir tal afirmação você me chamou para realidade após declarar “Ficar em casa não é privilégio, é um direito”. Nesse momento, involuntariamente entrei, meio que de maneira hipnótica, em um assunto que vem chamando minha atenção há bastante tempo, os Direitos Humanos. Pensando com base em sua afirmação e em leituras que fiz, cheguei a seguinte conclusão: As pessoas não querem direitos, mas privilégios. É comum, apesar de ser desumano, que os empresários defendam que seus empregados (aqueles que, em sua maioria, pertence à classe menos favorecida) acordem às 05h da manhã, peguem um coletivo público superlotado (com indivíduos que tramitaram por vários ambientes) para comparecerem ao serviço, as produções não podem cair, afinal todos estão imersos a marquinha do capitalismo. O que fica claro, ou menor translucido, é que aqueles que buzinaram, publicaram e propagaram o discurso em defesa da econômica, mostram, ao contrário do que tentam, com suas atitudes que estão pouco se importando com seus funcionários. O que importa é o lucro, não o bem-estar alheia.  É assustador!
Por fim, não quero me estender mais, afirmo-te que é complicado explicar o óbvio para as pessoas, até porque, conforme uma frase famosa e clichê "não adianta explicar para quem não está disposto a entender".
 
Do seu grande amigo.
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Atualizado em: Sex 3 Abr 2020

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